História

Ao contrário do que muitos pensam, quando os portugueses chegaram no Brasil, os índios já tinham várias rotas abertas por todo o interior do país. 

É numa dessas rotas que começa a história do bairro de Moema, uma antiga estrada de terra batida por onde circulavam artigos de necessidades básicas através dos carros de boi. Atualmente, essa estrada se transformou em uma avenida bastante conhecida, a Av. Santo Amaro.

A partir do final do século XIX, com a consolidação da ferrovia que ligava o centro da cidade com o distrito de Santo Amaro, teve início o processo de urbanização com a aglomeração dos próprios trabalhadores que trabalhavam nos trilhos, muitos imigrantes da Inglaterra e Alemanha.

Alguns documentos retratam que, desde 1880, havia um grande número de chácaras ocupadas por imigrantes ingleses e alemães.

As terras que deram origem ao bairro eram parte de uma grande gleba chamada de “Sitio da Traição”. Esse nome seria consequência do fato de que o bandeirante paulista Borba Gato teria sofrido uma emboscada de seu próprio filho adotivo nesse local muitos anos antes, perto da atual Av. dos Bandeirantes. 

Em 1912, esse sítio foi comprado por Fernando Arens Junior, responsável pelo loteamento desses bairros. Os nomes das ruas relacionados à pássaros e nomes de índios remete ao fato de que originalmente a vegetação dessa área era parte da Mata Atlântica.

Em 1920, Moema contava com apenas cerca de 4 mil habitantes. Da década de 1930 até 1965, era um bairro industrial, que atraía imigrantes russos e lituanos à região. Na década de 1970, recebeu investimentos privados em virtude de seu terreno plano, baixo custo e área útil. Em 1976, houve a inauguração do Shopping Center Ibirapuera. Com esses avanços, o bairro sofreu um crescimento vertiginoso. No ano de 1987, recebeu o nome atual devido a uma mobilização popular. Por meio de um abaixo-assinado, houve a emancipação de uma parte do bairro de Indianópolis, tornando-se o atual bairro de Moema.

O Jardim Novo Mundo, definido pelo quadrilátero formado entre as avenidas Bandeirantes, Santo Amaro, Ibirapuera e Eucaliptos, foi uma das regiões de Indianópolis que mais resistiu ao processo de urbanização, ou seja, foi um dos últimos redutos naturais. No mapeamento SARA de 1930 havia um pequeno núcleo urbano nas proximidades de onde hoje se localiza a praça da estação eucaliptos do metrô. Havia, ainda, um projeto de vias circulares próximo das habitações já existentes, mas o restante do bairro era coberto com vegetação. Nos arredores do Jardim Novo Mundo, onde se localiza “moema pássaros”, já se via os traçados das ruas tal qual existem na atualidade.

Em 1939 já se anunciava no Jornal Correio Paulistano a venda de terrenos do Jardim Novo Mundo. Maravilha de bairro, no prolongamento da Av Luis Antonio (posteriormente, av Santo Amaro) e margeando a Av Rodrigues Alves (atual av. Ibirapuera), na linha do bonde, servido também pelos “Omnibus”.

A passagem do bonde pelo bairro dava um charme especial e a perspectiva de crescimento da região foi impulsionando a ocupação do bairro que nos anos seguintes teve crescimento no número de residências.
Em 1954, a maior parte das ruas já estava traçada e já havia muitas residências, embora houvesse, por outro lado, vários terrenos baldios. Nota-se que a porção sul do bairro ainda não estava urbanizada.

Na foto aérea de 1958 já se observa um bairro bem estruturado com as duas praças nas extremidades. Porém, ainda observa-se que a atual rua Maria Noschese e parte da rua José Cândido de Souza estão cobertas com floresta de eucalipto, espécie que deu nome à avenida Eucaliptos e mais recentemente à estação do metrô. Naquela baixada passava ainda o córrego da Traição.

Havia um centro comercial e de prestação de serviços nas proximidades do ponto do bonde (atual estação eucaliptos). Ali, os moradores se abasteciam de produtos básicos na padaria, quitanda, armarinho, farmácia, relojoeiro, etc. onde se tinha atendimento familiar, cordial e pessoal.
Havia ainda os vendedores ambulantes que percorriam o bairro e ofereciam sorvetes, peixes, doces, etc. Esses comerciantes circulavam com lambretas, carrinhos e até carroças puxadas à cavalo.


Nos anos seguintes várias transformações alteraram consideravelmente a estrutura do bairro e consequentemente, as suas características.
No final dos anos 60 o bonde foi extinto com a promessa de rápida substituição pelo metrô que demorou 50 anos para chegar.
O Córrego da Traição foi canalizado e ali pavimentaram a Avenida dos Bandeirantes. Um moderno viaduto, que liga a Av Ibirapuera à Vereador Jose Diniz, substituiu a pinguela que havia sobre o córrego da Traição (antiga divisa entre os municípios de São Paulo e Santo Amaro).
Dali se avistava as chácaras de flores do outro lado do córrego, no campo belo donde seguia ainda várias hortas de verduras comerciais.


Com a chegada do Shopping houve uma intensa verticalização do bairro de moema, aumentando o fluxo de veículos, avenidas, pessoas e comércio. As indústrias deram espaço para condomínios verticais, enfim, o bairro mudou completamente.
Já o Jardim Novo Mundo permaneceu como zona 1, estritamente residencial, conforme se observa na ortofoto a seguir.

A ANMA – Amigos Novo Mundo Associados surgiu em 2020 a partir da vontade dos seus moradores de conquistar melhoria da qualidade de vida com ações em várias áreas, buscando a harmonia entre o zoneamento estritamente residencial com as atividades e características que devem prevalecer nesses espaços.